Era uma vez uma menina…

Desde que me conheço por gente, sempre quis saber de onde viemos, quem somos, para onde vamos. Nasci em uma família de classe média, na qual era fundamental que estudássemos, meus irmãos e eu, e tivéssemos uma profissão. Apesar da nossa realidade financeira ser um tanto limitada, os estímulos culturais e intelectuais sempre foram muito presentes e valorizados por meus pais. Estudei em escolas públicas em uma época em que seu ensino era referência, foi um privilégio.

Na época do famigerado vestibular de então, minha intenção era fazer Arqueologia, mas questões financeiras me fizeram optar por temas mais pragmáticos. Prestei para Marketing, na ESPM, e Jornalismo, na Cásper Líbero, me classifiquei nas duas faculdades, mas optei por cursar Marketing e Comunicação Social na ESPM.

As matérias que sempre me despertaram maior interesse eram as de visão mais abrangente: semiologia, semiótica, história da comunicação, sociologia, antropologia, meios de comunicação, entre outras. Porém, ao me deparar, no segundo mês de aula do primeiro ano, com a matéria propaganda ideológica me questionei profundamente se deveria ou não seguir adiante. Meu lado persistente e realista me orientou a continuar. E assim o fiz até me formar e ainda trabalhei na área por dezesseis anos.

Ao mesmo tempo, desde a infância, lia muito sobre história antiga e geral, mitologia grega e ouvia no rádio, como muitos da minha época, o programa do Omar Cardoso. Esse radialista era especializado em horóscopos diários e os detalhava em seu programa de rádio das manhãs. Era simplesmente fascinante para uma garota de oito ou nove anos conhecer um pouco da natureza humana através dos signos astrológicos.

Durante a adolescência tive contato com textos de filósofos e pensadores, e, por influência da minha avó paterna, com a yoga. Lia tudo que me chegava às mãos sobre Astrologia (matérias, textos, livros etc) e assistia aos poucos documentários de história e arqueologia disponíveis na época. Lembro-me com especial carinho dos documentários de Jacques-Yves Cousteau e seu Calypso (navio explorador).

A vida corporativa, à qual sou muito grata, me ensinou muitas coisas e especialmente como ser, de fato, profissional. Porém, não me realizava plenamente. Após dezesseis anos atuando na área industrial, deixei a vida nas empresas.

Em seguida, abri minha própria assessoria mercadológica e, no momento em que a mesma começava a deslanchar, após dois anos, encerrei a empresa, em comum acordo com minha sócia. Ainda faltava algo que me fizesse ansiar alegremente pelas manhãs de segunda-feira.

Criei minha empresa de organização pessoal, com a qual tive bastante retorno financeiro, mas não muita realização pessoal. Nessa mesma época, enquanto trabalhava como organizer, comecei a estruturar formalmente meu amplo, porém disperso, conhecimento astrológico e a estudar Mitologia Grega seriamente (paixão de uma vida inteira).

Nessa minha busca incansável pelo meu próprio significado, sempre gostei de aprender e compartilhar, bem como de apoiar pessoas em suas jornadas pessoais. Em um dado momento, fui convidada para dar aulas em escolas paulistas de Astrologia, o que acabou me levando a atender clientes e dar supervisões em um pequeno espaço compartilhado . Os clientes foram aumentando, juntamente com os alunos, assim como a importância da formalização profissional.

Após alguns anos atendendo no pequeno espaço compartilhado, me mudei para meu próprio espaço. Já lá se vão mais de vinte anos que me tornei Astróloga em tempo integral.

Hoje eu entendo por que do Marketing, por que a vida corporativa, por que organizer, por que a paixão pela pesquisa e exploração.

A paixão que sempre tive pelo símbolo, pelo signo e pelo significado no processo de comunicação se reflete nos signos, planetas e casas astrológicos e no simbolismo mitológico.

A vida corporativa e o trabalho como organizer me deram a base sólida para atuar com profissionalismo e eficiência.

O fascínio pela arqueologia, pela pesquisa e pela exploração são filhas da eterna vontade de aprender e da curiosidade que tenho sobre tudo, com o objetivo maior de poder ajudar àquele ou àquela que buscar meu trabalho.

Ao longo dos anos de prática astrológica, além de continuar me aprimorando tecnicamente na área, busquei – e ainda busco – me capacitar melhor como uma profissional que apoia o desenvolvimento humano acima de tudo.

Também fiz várias outras formações: em Constelações Familiares, pela Hellinger Schüller, de Bert Hellinger; em Constelações Sistêmicas, pela Livre Universidade do SAMADEVA; como Practitioner do Modelo de Validação Humana de Virgínia Satir.

Sou sócia-diretora e administrativo-financeira de uma consultoria em varejo financeiro, na qual utilizo também ferramentas astrológicas no desenvolvimento da equipe e na busca de consultores de projetos.

Valorizo e procuro praticar ao máximo o olhar sistêmico sobre tudo o que faço, um olhar que nada exclui, que a tudo integra. É a partir desse olhar, da visão sistêmica, que a abordagem fenomenológica, em que a experiência afeta o observador, assim como o observador afeta a experiência, pode acontecer.

Esse é o meu trabalho: apoiar quem vier em busca do meu trabalho em seu desenvolvimento pessoal, a tornar-se quem realmente se é, de maneira integradora, congruente e plena.

Sei que já caminhei bastante, mas sei também que a arqueóloga do ser que habita em mim continuará incansável em sua busca. Busca de mim mesma, de significado, de tornar-me quem eu sou.

Namastê!